Devido ao aumento de preços, o governo optou por zerar o imposto de importação do arroz proveniente de países fora do Mercosul.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro afirma que estão mostrando ao Mercosul, que se eles quiserem especular, eles irão procurar outros fornecededoras, isso foi logo após o governo federal zerar o imposto de importação do arroz para países fora do Mercosul.
O objetivo do ministério era adquirir grandes quantidades de arroz dos países vizinhos do bloco, para aumentar a oferta no mercado interno e prevenir aumentos de preços ao consumidor após a catástrofe no Rio Grande do Sul. Isso porque o Estado é responsável por mais de 60% da produção nacional de arroz.
AUMENTO DO PREÇO
No entanto, o leilão de compra, programado para terça (21/05), foi cancelado depois que, segundo o ministro, o Mercosul aumentou em até 30% o preço do arroz. Estava programado comprar mais de 90 mil toneladas, porém com os preços dos países do Mercosul estavam anunciando, só daria para comprar 70 mil. De acordo com Favaro isso deve ser reconsiderado, pois não é justo.
CANCELAMENTO DO LEILÃO
De acordo com Fávaro a decisão do cancelamento do leilão e a isenção do imposto de importação do arroz foi do presidente Lula.
O leilão de compra do grão seria organizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e, até a última atualização desta reportagem, uma nova data não havia sido definida.
Os países do Mercosul (Paraguai, Uruguai e Argentina) são os principais fornecedores de arroz para o Brasil. E, como o bloco é uma zona de livre comércio, eles não pagam imposto para vender ao Brasil.
Agora, com as taxas zeradas para o resto do mundo, outros países podem competir mais igualmente com o Mercosul.
Existem outras alternativas no mercado. Há cerca de duas semanas, por exemplo, a indústria anunciou a intenção de importar 75 mil toneladas de arroz da Tailândia. Com a decisão desta segunda-feira, três tipos de arroz tiveram as taxas de importação zeradas. A isenção é válida até 31 de dezembro de 2024.
CONSEQUÊNCIAS DA TRAGÉDIA NO RIO GRANDE DO SUL
Por conta da situação no Rio Grande do Sul (RS) os produtores nacionais vêm se opondo às medidas de importação do arroz. Na semana passada, a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Fedearroz) pediu ao governo que cancelasse o leilão da Conab.
‘Segundo a federação de agricultura do RS, o arroz colhido é suficiente para garantir o abastecimento’ Fávaro enfatizou que a medida não pretende prejudicar os produtores, mas sim assegurar a estabilidade dos preços no país.
“Estamos enfrentando um problema logístico. [O arroz] não consegue ser transportado de lá, nem emitir nota [fiscal],” afirmou o ministro.
Ele explicou que, apesar das rotas alternativas, o custo logístico também se tornou um problema. “Você contrataria um frete agora? Iria buscar o arroz no Rio Grande do Sul sabendo das dificuldades? Filas, aumento de 20% a 30% no frete?”, questionou.
“Portanto, precisamos adotar medidas de apoio para abastecer o mercado e garantir estabilidade. Isso não prejudica os produtores”, reiterou o ministro.
Após reuniões com a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), o governo suspendeu por mais de 100 dias o vencimento de parcelas de operações de crédito rural.
Além disso, Fávaro destacou que, a partir de 28 e 29 de maio, o Ministério da Agricultura vai percorrer as regiões mais afetadas para entender melhor as necessidades dos produtores.
Favaro afirma que irá deslocar o Ministério da Agricultura temporariamente para o Rio Grande do Sul, visitando as regiões afetadas, para avaliar de perto as necessidades específicas de cada área e começar a planejar as condições para a reconstrução.
Ele também destacou que serão entregues máquinas e equipamentos para as prefeituras das áreas mais afetadas, isso em parceria com as bancadas parlamentares.