Conheça o caso das jovens argentinas que foram bruscamente assassinadas em um mochilão pelo Equador.
Marina Menegazzo, de 22 anos, e Maria José Coni, de 21, eram jovens argentinas que decidiram fazer um mochilão pelo Peru e pelo Equador com duas amigas, Sofia Sarmento e Agustina Cano. Amigas de infância, elas também atuavam como voluntárias em uma fundação que ajudava moradores de rua. Depois de um ano economizando e planejando, as quatro partiram da Argentina em 10 de janeiro de 2016.
O ROTEIRO
A jornada começou com uma viagem de ônibus de Mendoza a Santiago, no Chile, onde pegaram um avião para o Peru. Durante o tempo no Peru, até 22 de janeiro, visitaram diversos pontos turísticos, incluindo Cusco e Machu Picchu. Posteriormente, seguiram para o Equador. Em 26 de janeiro, chegaram a Montanita, uma cidade litorânea conhecida por suas praias e festas.
Em Montanita, elas ficaram até 10 de fevereiro, quando o grupo se separou: Sofia e Agustina retornaram à Argentina, enquanto Marina e Maria José decidiram permanecer mais um tempo. Durante essa estadia, Marina e Maria José venderam lanches e saladas de frutas na praia para financiar sua hospedagem e outras despesas. Cabe ressaltar, que essa ideia de vender produtos era muito comum pois o turismo é muito aberto para isso. Inclusive, as meninas conheceram conheceram vários argentinos e chilenos que vendiam produtos para turistas.
Montanita é um destino popular entre mochileiros, conhecido por sua atmosfera jovem e festiva, mas também pelos problemas com drogas. Marina e Maria José estavam aproveitando a vida, conhecendo pessoas e participando de festas. Elas tinham planos de deixar Montañita em 22 de fevereiro, quando fizeram check-out do hostel e avisaram suas famílias que estavam partindo para a cidade de Guayaquil, de onde pegariam um voo para Lima e depois para Mendoza. No entanto, após essa mensagem, elas desapareceram.
O DESAPARECIMENTO
A ausência das mensagens alarmou suas famílias, que iniciaram uma campanha nas redes sociais para encontrá-las. As buscas começaram imediatamente, e em 24 de fevereiro, a polícia encontrou o primeiro corpo, mas não divulgou a informação imediatamente. No dia 28, encontraram o segundo corpo, ambos envoltos em sacos plásticos e jogados em uma área de mata a caminho da praia. Os corpos estavam deteriorados e foram identificados por meio de exames forenses.
As investigações avançaram rapidamente, e em 25 de fevereiro, a polícia prendeu dois suspeitos: Alberto Segundo Mina Ponce, um vigia local, e seu amigo Aurelio Eduardo Rodríguez. No entanto, a rapidez na identificação dos culpados gerou desconfiança nas famílias das vítimas e na comunidade, pois parecia haver muitas inconsistências nas versões apresentadas.
Testemunhas colocaram as meninas em diferentes lugares e situações. Alguns disseram que elas haviam sido roubadas no hostel, enquanto outros mencionaram que elas pediram ajuda a um argentino que conheceram anteriormente em Montanita. A história ficou ainda mais confusa quando uma testemunha afirmou que viu as meninas entrando voluntariamente em um carro com Mina Ponce, que lhes ofereceu abrigo.
A AUTÓPSIA
As versões dos acusados também divergiram. Inicialmente, alegaram que estavam bêbados e que a morte de Maria José foi acidental. Disseram que, em pânico, mataram Marina para evitar que ela denunciasse o ocorrido. No entanto, as famílias das vítimas acharam essas explicações incoerentes e acreditaram que havia mais envolvidos no crime.
Apesar das dúvidas e das inconsistências, a polícia declarou o caso encerrado, deixando muitas questões sem resposta e alimentando a suspeita de que outros responsáveis nunca foram identificados.
